domingo, 4 de setembro de 2016

2.1 - O Caminho da Santidade


2.1 - O Caminho da Santidade

Rosa nasceu em uma humilde família. Seus pais se chamavam Giovanni e Caterina, revela a Vita Prima. Desde criança manifestava seus dons espirituais. Em contato com a família franciscana, desejou, depois de uma visão da Virgem Maria, entrar para o Monastério das Clarissas de São Damião, mas foi-lhe recusado a realização deste desejo. Profetizou, então, que depois de sua morte ali seria recebida.

A recusa, contudo, não impediu Rosa de viver o carisma do Seráfico Pai São Francisco. Fez de seu quarto a sua cela, até que a própria Virgem Maria lhe aparecesse e lhe desse uma missão: evangelizar e trazer de volta à Igreja os viterbenses que, fruto dos conflitos da Igreja com o Imperador Frederico II, tomaram o partido deste. Era o tempo da luta entre os Guelfos e os Gibelinos.

Instada pela Virgem Maria, Rosa vestiu o Hábito da Penitência como os irmãos da Ordem Terceira de São Francisco, e com um Crucifixo nas mãos – que lhe aparecera milagrosamente, segundo os relatos – saiu pelas ruas e praças da cidade a evangelizar. O fato causou muita comoção em Viterbo, e muitos voltaram para a Fé Católica. Os partidários do Imperador, que dominavam a cidade, viram em Rosa uma ameaça real e ela foi exilada com seus pais. Foram para Soriano del Cimino e Vitorchiano, e continuou sua pregação. De lá previu a morte do Imperador Frederico II, o que de fato ocorreu uma semana depois, e ela voltou para Viterbo, vivendo seus últimos dias como uma monja, em seu pequeno quarto.

Já em vida era tida como uma santa. Ao falecer, o Bispo, clero e o povo de Viterbo solicitaram ao Papa Inocêncio IV sua canonização, e este, em 25 de Novembro de 1252 mandou instalar o processo. Ordenou, então, fosse exumado o corpo, que havia sido enterrado, em terra nua, no cemitério de sua paróquia de Santa Maria in Poggio, e que fosse transferido ao interior da igreja. Qual a surpresa de todos ao constatarem que o mesmo estava perfeito, como se ela acabasse de falecer.

Inocêncio IV faleceu antes de ser concluso o Processo de Canonização, que depois foi abandonado. Um segundo foi instaurado em 1 de abril de 1457, pelo Papa Calisto III. Foi fechado, também, em 4 de julho de 1457, sem conclusão. Sucedendo Inocêncio IV, subiu ao Trono de São Pedro Alexandre IV[1]. Este, segundo relatos, teria sonhado várias vezes com Rosa, onde ela pedia que fosse enterrada no Monastério das Clarissas, que a havia recusado em vida, como sabemos. Tão insistentes os sonhos que Alexandre IV mandou exumar novamente o corpo, e este, para maior espanto, ainda, continuava perfeitíssimo.

Em virtude deste milagre, o próprio Papa, em 4 de Setembro de 1258, levou-a em procissão, acompanhado da corte papal, todo o clero e povo de Viterbo, para aquele monastério, realizando, assim, a profecia de Rosa de que ali seria recebida depois de morta. E o monastério passou a ser chamado, então:




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[1] Curiosa a história destes papas e a relação deles com Santa Rosa e a Ordem das Clarissas. O primeiro, Inocêncio IV, foi quem aprovou, através da Bula Solete Annuere a Regra de Vida de Santa Clara, solicitada pelo segundo, quando era apenas Cardeal Reinaldo de Segni. A bula foi assinada por Inocêncio IV 12 dias após ter mandado exumar o corpo de Rosa. Santa Clara recebeu a Bula no leito de morte e passa para a vida eterna no dia seguinte, em 11 de Agosto de 1253.

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