9 - Complexo Monástico Santa Rosa de Viterbo
O Complexo Monástico de Santa Rosa é um conjunto
arquitetônico constituído pelo Monastério, o Santuário,
e a Casa de Santa Rosa, interligados. Constituiu-se, a partir do
início do Século XII, provavelmente, sobre os fundamentos de
um Oratório dedicado a Santa Maria, ao qual foi anexado o
Convento de São Damião.
O Santuário, para o qual
o Papa Alexandro IV fez transferir o corpo incorrupto da pequena santa
viterbense, em 1258, foi dedicado a Santa Rosa de Viterbo no Século XV. Com o
tempo, mediante o crescimento do culto da Patrona, foram feitas numerosas obras
de ampliação e renovação, a última das quais em 1845, sob um projeto de
Vincenzo Federici. A Igreja foi consagrada pelo Cardeal Pianetti em 1850,
depois de uma reformulação da fachada. A cúpula atual, contudo, projeto do
arquiteto Arnaldo Foschini, só
foi realizada em 1913.
No interior, a obra de maior
prestígio, depois da perda dos afrescos quatrocentistas de Benozzo Gozzoli, é o afresco Madonna
e Menino com Santa Rosa e Santa Catarina de Alexandria, de Francesco
d'Antonio da Viterbo, dito Balletta. O corpo
incorrupto de Santa Rosa encontra-se em um nicho gradeado em ferro, numa Urna
encomendada pelas monjas à Giovanni Giardini da Forli, em 1699.
As reformas do edifício em 1632
ocasionaram a completa destruição dos afrescos de Benozzo Gozzoli, só restando,
como memória e registros destes, as cópias que foram feitas por Francesco Sabatini, em técnica de aquarela,e
que são conservados no Museo Civico de
Viterbo.
Encontra-se, também, em seu interior
a tumba de Mario Fani, que, após
uma noite de vigília junto ao corpo de Santa Rosa, criou o Circolo Santa
Rosa, semente do que viria ser a Ação Católica[1].
O Monastério, esplendente
em sua beleza, se formou também na primeira metade do Século XIII quando uma
nobre senhora viterbense, inspirada pelo ensinamentos de Santa
Clara e São Francisco, cujos discípulos já habitavam Viterbo,
adquiriu um terreno junto às muralhas da cidade. Deste e, provavelmente, de uma
parte do antigo castelo de Frederico II, destruído pelo Cardeal Raniero Capocci, se consolidou e se
ampliou o edifício atual.
A Casa de Santa Rosa,
adjacente ao Monastério, é mantida praticamente inalterada como aquela do
Século XIII, onde habitou Rosa. No seu interior há uma escultura de madeira
policromada do ´Século XVII descrevendo o Milagre das Rosas e
numerosos ex-votos[2]. É
exposta, também, uma urna em madeira que conteve o corpo da santa do Século XV
ao Século XVII.
[1] Há uma vasta literatura
sobre a importância e o papel que desempenhou os movimentos da Ação Católica na
Igreja do Século XX em todo o mundo, inclusive no Brasil.
[2] O ex-voto, “abreviação latina de ex-voto suscepto ("o voto
realizado"), o termo designa pinturas, estatuetas e variados objetos
doados às divindades como forma de agradecimento por um pedido atendido.
Trata-se de uma manifestação artístico-religiosa que se liga diretamente à arte
religiosa e à arte popular, despertando o interesse de historiadores da arte e
da cultura, de arqueólogos e antropólogos. As motivações do presente votivo são
muitas: proteção contra catástrofes naturais, cura de doenças, recuperação em virtude
de sofrimentos amorosos, acidentes e dificuldades financeiras. O voto feito aos
deuses, por sua vez, também adquire formas muito diversas: placa, maquete ou
pintura descrevendo os motivos da promessa, ou pequenas réplicas (de barro,
madeira ou cera) das partes do corpo afetadas por moléstias (perna, cabeça,
mão, coração etc.), chamadas por alguns de "ex-votos anatômicos".
Designam-se "ex-votos marinhos" aqueles em forma de barcos,
realizados em regiões litorâneas. Colocados em locais públicos - capelas ou
sala de milagres -, os painéis ou presentes votivos trazem frequentemente a
inscrição "ex-voto" ou "milagre feito"”. In, Enciclopédia
Itaú Cultural. Verbete: Ex-voto. http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5433/ex-voto Acessado em 26 de junho
de 2016.
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